Em um mundo conturbado, cheio de injustiças sociais e violência, a igreja de Cristo precisa compreender qual é o seu papel. Nossa missão é qual? Nossa mensagem tem que relevância?
Muitas vezes vivemos e pregamos um cristianismo intimista, que não coloca os pés no chão, não confronta as mazelas e chagas, pois está mais preocupado em promover o culto do bem estar celestial do que contemplar o inferno terreno em que muitos vivem.
Nossa missão não é só para o paraíso, para a eternidade, é para aqui e agora. Os milhares de analfabetos, marginalizados, injustiçados deste mundo precisam de algo que lhes dê a esperança, mas também sacie a fome.
E não é só fome de pão não, é fome de dignidade, de respeito, de ser gente. É poder deixar de ser excluído, para sentir-se incluído. É fome de ser amado, compreendido e aceito. É fome de sentir que alguém se importa, se envolve.
O governo desenvolve um trabalho social baseado no assistencialismo. Conversando com o irmão Manoel França, aposentado que durante anos labutou no serviço público, na área social, ele me compartilhou uma experiência: “Saíamos ás ruas, recolhíamos o morador de rua, o encaminhávamos a um albergue. Lá ele cortava o cabelo, tomava banho, se arrumava todo, era alimentado. Depois era encaminhado à readaptação social, fazia um curso para dar-lhe uma oportunidade de emprego. Porém, geralmente, em poucos dias ele fugia, abandonava tudo, trocava a roupa pelos trapos, e voltava para a mesma sarjeta onde foi encontrado.” E de maneira sábia complementa: “Pastor, só quem realmente pode transformar a vida de miséria que essas pessoas vivem é a igreja, ao transmitir-lhes o verdadeiro amor de Jesus.”
Irmão, esta é a verdade: Quem pode mudar a realidade miserável em que muitos vivem é a igreja, pois a ela foi entregue a mensagem transformadora.
Mas para isso a igreja precisa começar a se importar. Se importar de tal forma que abra espaço dentro dela para receber os excluídos sociais. Se importar a ponto de ir aos morros e sarjetas para ministrar e ajudar.
Não adianta simplesmente se esconder atrás de um evangelho simplista, que serve apenas para nos justificar. Não adianta ter projetos assistencialistas, mas que não envolvem o coração do povo em um ardor verdadeiro e genuíno.
Talvez, se deixarmos Cristo moldar nossa consciência, olharemos os injustiçados sociais e compreenderemos o que seus olhos nos diz: “Eu não quero o seu pão, quero me sentar à sua mesa; Eu não quero sua roupa usada, eu quero sua companhia; eu não quero ser seu projeto social, eu quero ser seu irmão!”
E então poderemos perceber Cristo colocando a mão em nosso ombro e segredando-nos ao ouvido: “Toda vez que você fizer isto a qualquer destes pequeninos, terás feito por mim!”
Fraternalmente,
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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Paz e graça!
ResponderExcluirFico feliz pela sua iniciativa. Creio que no meio batista capixaba exista uma carência na produção: científica, no que diz respeito á área teologia; doutrinária; teológica, devocional; entre outras. O que o estimado colega inaugura nesse tempo é algo que a muito desejo realizar. No entanto, estou vivenciando algumas demandas, na conclusão de minha formação acadêmica, em nível de pós-graduação, que no momento me impedem de dar seqüência ao meu sonho de editar conteúdos que abençoe o povo batista capixaba. Mas em breve estarei engrossando as "fileiras" dos que almejam colaborar com a reflexão cristã contemporânea.
Espero ler textos que cooperem para o crescimento do “... Reino d'Aquele que nos chamou para sua gloriosa Luz”.
Em Cristo,
Pr. André Carreiro.
Paz e Graça!